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Range Rover sob medida: Esquire Brasil esteve em Londres para te mostrar o carro da marca britânica que pode ser customizável

Podemos garantir que o resultado impressiona

Em 2023, a Range Rover criou, em Mayfair, o elegante bairro londrino, uma loja-butique capaz de satisfazer os mais inusitados sonhos de seus consumidores. Ao entrar, você já percebe que não se trata de uma concessionária tradicional. É um lugar de experiência. É materialidade do luxo moderno que a marca tanto entrega. Ali, além de exibir carros, os mais exclusivos deles, o cliente tem a oportunidade de criar diversas configurações sob medida.

Estive lá em julho passado a convite da marca. Era uma tarde de verão inglesa e fomos apresentados ao Range Rover Sport SV. A sigla vem de Special Vehicle e simboliza o ápice da expressão de cada modelo da marca. Se o Range Rover é sinônimo de refinamento e artesania britânicos, as versões SV elevam essas qualidades a outro patamar. Estamos falando de materiais ainda mais nobres. Mas se eu já estava impressionado, a experiência ficaria ainda mais incrível. Fomos apresentados ao luxo máximo em se tratando dessa emblemática marca britânica: a possibilidade de fazer os carros sob medida, o Range Rover Bespoke.

Foto: Divulgação

Para ter uma ideia concreta, descemos ao andar inferior da butique de Mayfair, onde os clientes encontram a Comissioning Suite. Trata-se de uma sala privativa onde consumidores discutem, com total discrição, cada detalhe da personalização do seu veículo. Cores, acabamentos, materiais. É um processo a quatro mãos que pode durar horas ou até meses — o tempo necessário para o cliente decidir como criar algo único, que ele não verá, em qualquer lugar do planeta, uma Range Rover igual à sua.

Foto: Divulgação

Desde 23 de julho, esse serviço está disponível também para a Range Rover Sport. “Isso redefine o que entendemos por personalização automotiva”, diz Martin Limpert, diretor executivo global da marca. “O processo acontece por meio de tecnologia de ponta. O que vocês estão vendo não é um Range Rover Sport físico — é o Range Rover Sport digital”, continua Martin, apontando para uma tela gigante. Essa experiência digital é complementada por materiais físicos — amostras de acabamento, pintura, tecido, couro. Existe, por exemplo, um catálogo com mais de 300 cores exclusivas, todas digitalizadas e integradas ao sistema. E, se nenhuma delas for suficiente, oferecem o serviço de amostragem personalizada, no qual cria-se a tonalidade exata a partir de qualquer item que o cliente traga. Pode ser uma peça de moda, uma amostra de tinta ou até uma lembrança afetiva. Tudo se transforma em ponto de partida para a customização e acabamento Range Rover.

Os clientes podem, por exemplo, incorporar metais preciosos ao design do carro. Em colaboração com joalheiros da tradicional indústria de Birmingham, peças artesanais como insígnias cromadas ou até mesmo escritas banhadas a ouro 24 quilates podem ser aplicadas ao veículo. Tudo é customizável. Depois de definir o exterior, o cliente entra na etapa mais íntima da personalização: cores e acabamentos do interior. No total, são mais de 370 variações possíveis apenas na parte interna. A personalização vai ainda mais longe com elementos-chave: bordados exclusivos nos bancos. Nada é genérico.

Nosso diretor Luciano Ribeiro na butique em Mayfair

Além das criações sob medida, a equipe Range Rover Bespoke desenvolve curadorias globais, pensadas para agradar públicos em diferentes partes do mundo com temas universais. Um exemplo marcante é a Coleção Celestium, lançada no ano passado: uma série de cinco veículos inspirados no cosmos — cada um com uma narrativa própria, uma paleta distinta e uma simbologia específica.

E, recentemente, chegaram ao Brasil dois modelos únicos: o Range Rover Encontro das Águas e o Arpoador. O primeiro foi inspirado pelo encontro dos rios Negro e Solimões, na Amazônia. O segundo, o pôr do sol na pedra do Arpoador, no Rio de Janeiro. “Esses projetos nasceram da crença de que o verdadeiro luxo não é genérico nem convencional, ele é inspirado por uma base cultural vasta e profunda. Essa abordagem está alinhada com a marca, criando temas associados à exclusividade e ao excepcional”, diz Henrique Rebello, gerente da marca Range Rover no Brasil.

Os bancos apresentam costuras aplicadas à mão, em padrões que evocam o movimento das águas dos rios. Além disso, são acompanhados por almofadas sob medida desenhadas para complementar o tema, com detalhes de costura exclusivos. Nas soleiras das portas, inscrições especiais são gravadas com “1 of 1” e “Encontro das Águas”. Para completar o interior, os tapetes SV Bespoke são feitos com mohair de pelo longo. “Com a expansão do programa SV Bespoke para o Range Rover Sport, os clientes passam a ter acesso a esse mesmo nível de curadoria e expressão. Estamos abrindo novas possibilidades de personalização, mas também mantendo nossa missão: criar carros que emocionam, que contam histórias, que são únicos no mundo”, diz Limpert.

Martin Limpert

Esquire Brasil: Você assumiu recentemente o cargo de diretor-geral global da Range Rover e da estrutura House of Brands da JLR. O que essa mudança representa, na prática, para a identidade e ambições da Range Rover?

Martin Limpert: Para nós, foi muito importante, com a nossa estratégia Reimagine, lançada há dois anos, garantir que cada marca dentro da House of Brands tivesse espaço suficiente para crescer de acordo com sua própria personalidade — seu próprio DNA, por assim dizer. Isso nos dá muito mais liberdade agora, com as quatro marcas — Range Rover, Defender, Discovery e Jaguar — para definir seus segmentos, pilares de afinidade, públicos-alvo e, o mais importante, o que cada marca representa e como construímos valor a partir disso. Resumindo: isso nos dá mais espaço para desenvolver a personalidade de cada marca de forma independente.

EB: A Range Rover agora está sendo posicionada de forma mais clara como uma marca de luxo moderno. Quais são os pilares dessa estratégia e como vocês definem luxo hoje?

ML: Primeiro, o que a Range Rover representa? O que nossos clientes valorizam? Alguns pontos: um deles é a origem britânica, a originalidade inglesa. Em 1970, fomos os primeiros a inventar o segmento de SUV de luxo, combinando sofisticação com capacidade on-road e off-road. Outro ponto é o design incomparável — muito reduzido, muito simples, mas inconfundivelmente Range Rover. Era tão bonito que o Range Rover se tornou o primeiro carro exibido no Louvre, em Paris, por seu design industrial. Outro pilar é a excelência artesanal e a execução — materialidade, acabamento da pintura, detalhes táteis. Tudo deve transmitir sofisticação. E, por fim, a capacidade: a combinação de desempenho em qualquer terreno com o conforto de um “tapete mágico” e posição elevada de condução. Isso vem evoluindo há mais de 55 anos — e agora, estamos traduzindo isso para o futuro com experiências que vão além do veículo.

EB: Existe uma visão de ir além dos carros? Como edifícios, hotéis — como vimos com a Aston Martin em São Paulo?

ML: Com certeza. É exatamente nisso que estamos trabalhando: construir um universo de marca. Começamos a experimentar com a Range Rover House — um espaço exclusivo para convidados onde apresentamos a nossa interpretação do luxo moderno. A arquitetura é modernista, minimalista, orientada para o futuro — mas acolhedora, nunca fria. Integramos experiências como aulas de perfumaria, sessões de cafés especiais com baristas, degustações de vinhos, bem-estar, ioga. Depois veio a Range Rover Collection, com itens de moda e vestuário. Estamos explorando o que vem a seguir. O céu é o limite — mas queremos fazer isso com propósito.

EB: E do ponto de vista do produto, qual é o papel do próximo Range Rover elétrico nesse futuro?

ML: O Range Rover Elétrico será um complemento perfeito para a linha atual. Mas é importante reforçar: ele é, antes de tudo, um Range Rover — e depois, um elétrico. Ele entregará tudo o que prometemos: profundidade de submersão, capacidade de reboque, torque, silêncio, refinamento, artesania. E, claro, traz os benefícios dos elétricos: silêncio, potência instantânea, sofisticação. Será o melhor Range Rover já feito — mais refinado do que o de hoje. Ainda estamos em fase de testes e validações de engenharia, mas pretendemos lançá-lo no próximo ano.

EB: O Brasil há muito tempo tem uma comunidade apaixonada por SUVs e veículos off-road. Qual a importância do país para a estratégia global da marca?

ML: O Brasil faz parte da nossa região “overseas” — uma das seis regiões globais. E sim, é um mercado muito importante. Não é o maior em volume — mas, como você disse, a lealdade é forte. Há um amor profundo pela marca no Brasil. E estamos comprometidos: produzimos veículos localmente, no estado do Rio de Janeiro, o que reforça esse vínculo. A Range Rover e a JLR como um todo têm uma conexão muito forte com o mercado brasileiro.

EB: A Range Rover costuma atrair um nicho bem específico no Brasil — consumidores urbanos, sofisticados, atentos à imagem. Como vocês pretendem aprofundar essa conexão?

ML: Você descreveu perfeitamente esse público. Vamos reforçar ainda mais o que já fazemos bem: construir produtos desejáveis que realmente respondam às necessidades deles. Ao mesmo tempo, estamos construindo um universo de marca ao redor desse consumidor — espaços onde possam vivenciar a marca, interagir com ela, senti-la, vivê-la. É sobre criar comunidade, ampliar o desejo e ir além do carro.